Carol Dariva
As decisões têm consequências, as indecisões também
Atualizado: 25 de nov. de 2019
Você costuma adiar suas decisões? Costuma esperar pelo melhor momento, pelo dia perfeito ou pela situação ideal? Quem nunca adiou uma decisão, ficou em cima do muro na hora de fazer uma escolha ou ficou empurrando com a barriga uma situação até ser obrigado a lidar com ela? Ou deixou de falar algo para alguém guardando as palavras para um momento especial que acabou acontecendo só na sua cabeça? Ou deixou aquela roupa nova jogada no fundo do armário esperando pela ocasião certa para usá-la? Pois saiba que existem coisas que quanto mais adiamos mais distantes e difíceis de se realizar elas podem se tornar. Desde a hora que acordamos somos convidados a lidar com os nossos compromissos e a tomar pequenas decisões. Colocar o despertador no soneca ou não, sorvete de creme ou de chocolate, fechar ou não aquele negócio, fazer ou não um convite pera aquela pessoa... E, embora num primeiro olhar isso possa parecer bobo, se você parar para se auto observar logo verá se você tem ou não dificuldades para tomar decisões ou lidar com suas escolhas. O fato é que desde as pequenas, como escolher o sabor do sorvete até as grandes decisões que precisam ser tomadas, para muitas pessoas isso é motivo de estresse e ansiedade, com origem na maioria das vezes na inseguranca e, em última análise, decorrente de um sentimento de medo. Mas de onde vem esse medo? Como já sabemos, a maioria dos condicionamentos que irão moldar as nossas ações na vida adulta, originam-se na infância. A maneira como somos educados, ensinados a priorizar pela honestidade, se somos encorajados ou não a fazer escolhas desde cedo, se somos elogiados ou criticados quando tomamos uma iniciativa( principalmente quando não dá certo), se dispomos de uma liberdade saudável para brincar e usar a nossa criatividade, etc. Normalmente, filhos de pais excessivamente rígidos ou controladores apresentarão mais problemas de autoestima, timidez, insegurança, dependência, indecisão, medo e falta de iniciativa. Veja, não é caso para culpar pais ou responsáveis, eles simplesmente repetem um padrão quando nos ensinam o que um dia também aprenderam. O importante aqui é separar as crenças que nos impulsionam daquelas que nos atrasam, com o intuito de nos libertar e por consequência, libertar nossos descendentes desses mesmos padrões limitantes. E como fazer isso? Antes de tudo, como já falado, auto-observação. O segundo passo, buscar ajuda. Não de amigo ou de parente, mas de um profissional. Alguém que será imparcial pois está de fora da situação e terá as ferramentas necessárias para auxiliar na mudança de paradigmas. E por último, mas não menos importante, autorresponsabilidade, para colocar em prática o que é trabalhado na terapia. Além disso, você pode começar dando a si próprio pequenos desafios. Experimente pedir a sobremesa que mais lhe agrada, sem pensar no preço ou nas calorias, vá com aquela roupa nova para o trabalho, envie uma mensagem para alguém especial! Comece devagar, mas comece. Comece a viver com mais alegria e menos controle, tenha coragem e tome as rédeas da sua vida, arrisque um pouco, priorize a sua felicidade, não se apegue ao passado por medo do novo ou da incerteza e, principalmente, não deixe a vida passar por falta de iniciativa.
